Artigo publicado no BuzzFeed, em 2016.
10 famosos escritores brasileiros e suas principais obras
Realizada entre fevereiro e março de 2015, a pesquisa Retratos da Leitura apontou que, apesar da retração do mercado editorial, o número de leitores vem aumentando no Brasil. Uma das constatações foi que 56% da população acima dos 5 anos de idade (cerca de 104,7 milhões de brasileiros) leu algum livro, mesmo que apenas alguns trechos.
O primeiro livro publicado no Brasil foi “Marília de Dirceu”, escrito em 1812 pelo poeta português Tomás Antônio Gonzaga. Muitos de nossos autores são consagrados mundialmente e o livro de autor brasileiro mais vendido no mundo é “O Alquimista”, de Paulo Celho, com 65 milhões de cópias e traduzido em 68 idiomas (de acordo com a Agence France-Presse).
Nossa história, nossa sociedade, nossa cultura. Os autores destacados neste artigo não apenas retrataram, mas também ajudaram a construir o Brasil que conhecemos hoje.
1. Machado de Assis
Menino mulato nascido em um morro do Rio de Janeiro, no Brasil escravocrata de 1839. Filho de família pobre, órfão de mãe muito cedo, com pouco estudo em escolas públicas e nenhuma chance de cursar a universidade. Praticamente autodidata, demonstrou impressionantes habilidades intelectuais na adolescência e aos 21 anos era presença marcante entre as rodas da nata da sociedade carioca. Superou as adversidades de sua época para se tornar o maior escritor da literatura brasileira, uma unanimidade entre críticos e leitores.
Aos 14 anos, Machado de Assis publicou em jornal o seu primeiro trabalho literário, o soneto “À Ilma. Sra. D.P.J.A.”. Entrou para a Imprensa Nacional como aprendiz de tipógrafo em 1856; foi revisor e colaborador no Correio Mercantil em 1858; integrou a redação do Diário do Rio de Janeiro em 1860 e foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras em 1897. Além disso, assumiu diversos cargos públicos, por exemplo, na Secretaria de Estado da Agricultura, Comércio e Obras Públicas do Brasil.
“Queda que as mulheres têm para os tolos” foi o seu primeiro livro publicado, em 1861. Falecido aos 69 anos em 1908, deixou uma extensa obra de variedade incrível: nove romances e peças teatrais, 200 contos, cinco coletâneas de poemas e sonetos e mais de 600 crônicas. É considerado o introdutor do Realismo no Brasil, com a publicação de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, em 1881. Um dos 10 livros brasileiros de romance que marcaram época, sem dúvida, é Dom Casmurro, publicado originalmente em 1889. Clique nas opções abaixo e leia a sinopse de cada livro.
O Alienista
Parte dos críticos e estudiosos literários considera que “O Alienista” é uma novela. Para a outra parcela, é um conto mais longo. Fato é que tal livro, publicado originalmente em 1882, é um marco do Realismo brasileiro.
Em uma história cheia de ironia em torno dos pensamentos e hábitos da sociedade da época, notório estudioso da mente humana, o médico Simão Bacamarte decide construir a Casa Verde, um hospício para tratar os doentes mentais na pequena cidade de Itaguaí.
O que é loucura e o que é sanidade? Simão conclui que tudo é relativo e a normalidade nem sempre é aquilo que a ciência e os fatos atestam de forma absoluta. A trama de “O Alienista” aborda assuntos polêmicos e critica a disparidade entre as realidades dos detentores do poder e a população desfavorecida. Clique e faça o download do livro
Quincas Borba
Livro ícone do Realismo literário brasileiro cuja publicação original é de 1891. Rubião, um caipira ingênuo, herda a fortuna do filósofo Quincas Borba, personagem previamente descrito em “Memórias Póstumas de Brás Cubas”. A condição para manter a herança é cuidar do cachorro de Quincas.
Milionário, Rubião sai do interior para morar na corte imperial, no Rio de Janeiro. No trem ele conhece o casal Cristiano e Sofia Palha que, percebendo a sua ingenuidade, planejam tomar todo o seu dinheiro. Clique e faça o download do livro
Outras obras do autor
Romances: “Memórias Póstumas de Brás Cubas, “Helena”, “Esaú e Jacó”, “Memorial de Aires”.
Coletâneas de Poesias: “Crisálidas”, “Americanas”, “Ocidentais”.
Coletâneas de Contos: “Contos Fluminenses”, “Histórias da Meia-Noite”, “Relíquias da Casa Velha”.
2. Carlos Drummond de Andrade
Reconhecido internacionalmente como um dos maiores poetas do século XX, pertence à segunda geração do Modernismo brasileiro. Mineiro, nascido em 1902, Carlos Drummond de Andrade estudou em colégios internos na adolescência e trabalhou muitos anos como funcionário público. Em 1921 publicou seus primeiros artigos no jornal Diário de Minas e poesias em algumas revistas e a mais marcante de todas é “No Meio do Caminho”, publicada em 1928. “No meio do caminho tinha uma pedra/tinha uma pedra no meio do caminho”, certamente você conhece essa famosa estrofe. “Alguma poesia” é o seu primeiro livro de poesias, publicado em 1930. “Confissões de Minas”, publicado em 1942, é o primeiro livro de prosa do autor.
Os textos de Drummond rapidamente chegaram à Europa, por exemplo, em Portugal, o poema “Sentimental” foi declamado em um seminário da tradicionalíssima Universidade de Coimbra. Tamanho prestígio é pelo estilo poético único ao abordar cenas do cotidiano com liberdade linguística, verso e métricas livres e uma boa dose de ironia aliada ao contraponto entre pessimismo e bom humor. Várias de suas obras foram traduzidas para diversos idiomas e ele traduziu livros de autores célebres como Balzac, Federico Garcia Lorca e Molière.
Carlos Drummond de Andrade continuou escrevendo até a sua morte aos 85 anos, em 1987. Quatro meses antes, sua obra virou enredo da escola de samba Mangueira, a campeã daquele ano. Clique nas opções abaixo e leia a sinopse de cada livro.
Boca de Luar
Publicação póstuma, “Boca de Luar” reúne textos escritos para o Jornal do Brasil: crônicas e algumas histórias fictícias, criadas a partir da leitura de notícias e da observação do cotidiano no Rio de Janeiro. São cheias de energia, humor, criatividade e o interesse pelo bem comum.
Drummond também conta algumas de suas memórias (em “Milho Cozido”, “Coisas Lembradas” e “Participação de Casamento”) e faz críticas ao culto às celebridades (em “Tem Cada uma na Vida” e “Arte e Casamento”).
Contos Plausíveis
A primeira impressão é que “Contos Plausíveis” são histórias sem pé, nem cabeça. Mas, por mais surreais que os 150 contos pareçam, há sempre um pé na realidade. Todos os contos ocupam menos de uma página e são acompanhados por uma ilustração, que não se refere ao conto da mesma página. Daí o leitor é desafiado a descobrir a correspondência entre imagens e textos.
De acordo com o prefácio do autor, “Parece que na vida também é assim: as pessoas e coisas nem sempre andam de par constante”.
Outras obras do autor
Poesias: “José, Novos Poemas”, “Amar se Aprende Amando”, “A Vida Passada a Limpo”.
Crônicas: “Cadeira de Balanço”, “A Bolsa e Vida”, “O Poder Ultrajovem”.
Prosa: “Confissões de Minas”, “Contos de Aprendiz”, “O Observador no Escritório”.
3. Clarice Lispector
Nascida na Ucrânia em 1920, Clarice Lispector é filha de família judaica. Uma guerra civil começou logo após ela completar seu primeiro ano de vida e a família escolheu o Brasil como refúgio. Passou a infância em Recife, aos 12 anos ficou órfã de mãe e mudou-se para o Rio de Janeiro onde cursou faculdade de Direito e escreveu para jornais e revistas locais. Publicou seu primeiro romance, “Perto do Coração Selvagem”, em 1943.
Casou-se com um diplomata em 1944, ano em que se naturalizou brasileira. Mudou-se com o marido para a Suíça em 1946 e, sufocada pelo ambiente chato demais para ela, entrou em depressão. Teve um filho em 1948 e voltou ao Brasil no ano seguinte.
Outra mudança em 1952, dessa vez para os Estados Unidos e lá permaneceu por sete anos. De volta ao Brasil em 1959, enfrentou dificuldades financeiras e depois de muito esforço conseguiu um editor para publicar o livro “Laços de Família”, considerado um ícone da ficção brasileira. Em 1964 publicou outra grande obra, “A Paixão segundo G.H.”.
Em 1966, novamente afetada pela depressão, teve uma queimadura grave porque, após tomar um remédio para dormir, desmaiou com um cigarro aceso no braço. Em 1977 publicou seu último romance, “A Hora da Estrela”. Nesse mesmo ano morreu de câncer no ovário aos 56 anos.
Mística, supersticiosa e curiosa a respeito do sobrenatural, Clarice Lispector é uma das principais influências da nova geração de escritores brasileiros. Em sua obra, composta por romances, novelas, contos e crônicas, o enredo tem papel secundário, porque a prioridade é o retrato profundo da mente das personagens, em seus mais complexos mecanismos psicológicos. Clique nas opções abaixo e leia a sinopse de cada livro.
A Hora da Estrela
Último romance da autora e publicado originalmente em 1977, “A Hora da Estrela” mistura realidade e delírio na história contada por um escritor fictício chamado Rodrigo S.M. (alter ego da própria Clarice).
Caminhando em uma rua do centro do Rio de Janeiro, o protagonista se depara com Macabéa, uma jovem alagoana de 19 anos, ingênua e sonhadora. Órfã de mãe ainda criança, ela foi criada pela tia que lhe repreendia com pancadas na cabeça. Mesmo com pouca instrução e escrevendo mal, ela conclui um curso de datilografia, profissão que exerce depois de se mudar com a tia para o Rio de Janeiro.
A tia morre e Macabéa vai morar em um quarto de pensão dividido com quatro moças que trabalhavam como balconistas. Enquanto as roomates dormem porque chegam tarde do trabalho, Macabéa passa o dia em casa e fica acordada na madrugada ouvindo a programação da Rádio Relógio.
No dia em que decide faltar ao trabalho e passear pela cidade, ela conhece Olímpico de Jesus, um metalúrgico nordestino. Ele quer crescer e vencer na vida e ela, conversando de maneira precária, sabe apenas contar o que ouve na rádio. Quando Olímpico a abandona para ficar com Glória, sua colega de trabalho, Macabéa perde a noção do ridículo indo banheiro do escritório e volta maquiada com um forte batom vermelho, dizendo que se sente uma estrela de cinema.
Aconselhada por Glória, ela vai consultar a cartomante Madama Carlota e recebe a previsão de um futuro brilhante, com a proximidade de um grande amor. Ao sair da cartomante, nossa heroína morre atropelada. Pela primeira vez em sua breve existência, Macabéa é o centro das atenções. Ao menos dos pedestres que presenciaram o acidente.
Laços de Família
Publicada orginalmente em 1960, “Laços de Família” é uma coletânea de 13 contos cuja temática principal é o desentendimento familiar. A maioria das personagens é composta por donas de casa que lutam para equilibrar a rotina do casamento e da família com sua individualidade e anseios próprios. Pessoas comuns, presas a uma vida convencional buscando a libertação da banalidade de sua existência.
Os contos – “Amor”, “Uma galinha” e “Feliz Aniversário”, entre outros – são narrados em terceira pessoa. “O jantar” é o único em primeira.
Outras obras da autora
Romance: “A cidade sitiada”, “A maçã no escuro”, “Água viva”.
Contos: “Onde estivestes de noite”, “O ovo e a galinha”, “Felicidade clandestina”.
Crônicas: “Para não esquecer”, “A descoberta do mundo”.
4. Nelson Rodrigues
Nascido no Recife, em 1912, Nelson Rodrigues mudou-se aos quatro anos com a família para o Rio de Janeiro. Aos 18 anos, começou a trabalhar como repórter policial no jornal do pai e acumulou experiência para escrever peças teatrais sobre a sociedade. A primeira delas foi “A Mulher sem Pecado” e a de maior sucesso, “Vestido de Noiva”.
Sem esconder sua paixão por polêmicas, os textos dele são tapas na cara da sociedade brasileira, dados com o sentimentalismo de uma bronca de mãe. A intenção é provocar reflexões nos leitores por meio do humor e da ironia.
Integrante da elite social carioca, Nelson sentia pelos paulistas uma mistura de desprezo, ressentimento, raiva e admiração. “O pior tipo de solidão é a companhia de um paulista” é uma de suas frases memoráveis.
Sem vergonha de ser taxado como reacionário, defendia ferozmente o capitalismo e tinha convicção das falhas do socialismo. No entanto, os símbolos de esquerda lhe serviram como fonte de inspiração. Transgressor, combatia o pensamento coletivo. Outra de suas célebres frases: “Toda unanimidade é burra”.
Nelson Rodrigues foi o maior dramaturgo brasileiro do século XX, com uma série de obras classificadas pela crítica da época como obscenas, imorais e vulgares. Mas o que é responsável pela admiração dos leitores até hoje é, sem dúvida, o seu humor fino, suave e capaz de provocar tanto a felicidade quanto a indignação. Morreu em 1980, aos 68 anos. Clique nas opções abaixo e leia a sinopse de cada livro.
Bonitinha, mas ordinária
Uma das peças antológicas do autor, “Bonitinha, mas ordinária” explora as tentações que perseguem o homem desde Adão e Eva no paraíso até os dias de hoje.
Edgard, um jovem de família pobre com dificuldades financeiras para cuidar da mãe doente, namorava Ritinha, professora que trabalha duro para sustentar três irmãs e a mãe louca. Edgard consegue emprego como contínuo na empresa do Dr. Werneck, milionário e sem escrúpulos. Sua filha, Maria Cecília, com 17 anos e até então virgem, acabara de ter sido estuprada por cinco negros em um local deserto.
Peixoto, genro de Werneck, oferece dinheiro para que Edgard se case com Maria Cecília. Depois de 11 anos na empresa, ele fica chocado e recusa a proposta. Peixoto não desiste, leva Edgard à casa de Werneck e Maria Cecília pede para ele reconsiderar sua decisão. O Dr. Werneck oferece um cheque bem gordo ao portador, mas Egard não recebe dizendo que não é Peixoto, que se casou por interesse. Werneck insiste e fala uma das célebres frases criadas por Nelson Rodrigues: “No Brasil, todo mundo é Peixoto”. Frase ainda atual por causa da corrupção em nosso país.
Edgard aceita o cheque, se torna prisioneiro da situação e abandona Ritinha que, desiludida com os homens, vira uma prostituta. Pouco tempo depois de casado, Edgard descobre a verdadeira história de Maria Cecília, pois não foi estupro e ela que pediu para fazer a suruba. Edgard se revolta, desfaz o acordo com Werneck e rasga o cheque que ainda não tinha depositado.
Faz isso ao nascer do sol na praia, ao lado do seu grande amor Ritinha. Única peça de Nelson Rodrigues com final feliz, “Bonitinha, mas ordinária” defende a ética, o amor e a civilidade. Uma comédia dramática ou um drama cômico? Leia o livro ou assista ao filme e tire suas próprias conclusões.
O Beijo no Asfalto
Vítima de atropelamento por um ônibus desgovernado, um homem à beira da morte pede um beijo a outro homem que foi socorrê-lo. É um ato de misericórdia. Mas a cena, que foi fotografada por um repórter policial, vira manchete sensacionalista e causa polêmica na sociedade.
“O Beijo no Asfalto” é uma peça teatral que foi adaptada duas vezes para o cinema e virou história em quadrinhos.
Outras obras do autor
Peças teatrais: “A mulher sem pecado”, “Vestido de Noiva”, “Os sete gatinhos”.
Romances: “Meu destino é pecar”, “Núpcias de fogo”, “O homem proibido”.
Contos: “Elas gostam de apanhar”, “A dama do lotação”, “Orquídeas”.
Crônicas: “A cabra vadia”, “A menina sem estrelas”, “A pátria sem chuteiras”.
5. Jorge Amado
Nascido em 1912, é um dos escritores brasileiros mais famosos cujos livros sempre estão entre os best-sellers. Traduzido para 49 idiomas é o segundo autor mais adaptado para cinema, teatro e TV, superado apenas por Paulo Coelho.
Enquanto estudava no colégio, Jorge Amado começou a trabalhar em jornais de Salvador e foi um dos fundadores da Academia de Rebeldes, um grupo de jovens que marcou a literatura baiana. Seu primeiro livro é a novela “Lenita”, primeira edição em 1930, e o primeiro romance, “O país do carnaval”, publicado originalmente em 1931. Formou-se pela Faculdade de Direito, no Rio de Janeiro, em 1935.
Por ser defensor do comunismo, sofreu perseguição política do governo de Getúlio Vargas e exilou-se na Argentina e no Uruguai, entre 1941 e 1942. Retornou ao Brasil e, eleito deputado pelo Partido Comunista em 1945, foi o autor da lei que criminaliza a perseguição religiosa – Jorge Amado era candomblecista.
Nesse mesmo ano, casou-se com Zélia Gattai, sua musa inspiradora, que acabou se tornando uma escritora de grande sucesso. Novo exílio político, dessa vez na França, até 1950 quando foi expulso e mudou-se para Praga. Voltou ao Brasil em 1952, afastou-se da militância política, e dedicou sua vida totalmente à literatura.
Ocupou a cadeira número 23 da Academia Brasileira de Letras em 1961 e, dentre muitos títulos recebidos mundo afora, Jorge Amado foi Doutor Honoris Causa da Universidade Sourbonne. Muito doente, este foi o último título que recebeu pessoalmente, pois morreu em 2001, aos 88 anos. Seguindo seu último desejo, no dia em que completaria 89 anos, suas cinzas foram depositadas ao pé da mangueira que ele tanto admirava, no terreno ao fundo de sua casa em Salvador. Clique nas opções abaixo e leia a sinopse de cada livro.
Capitães de Areia
Publicação original de 1937, é um comovente drama sobre as dificuldades da vida de um grupo de crianças e adolescentes em Salvador. Largados à própria sorte, moram dentro de uma máquina de moer cana-de-açúcar, começam a roubar e ficam conhecidos como os “Capitães de Areia”.
O livro mostra não apenas o lado sombrio, mas também as aspirações e os pensamentos ingênuos que toda criança tem. Ingenuidade da qual Pedro Bala, o líder do bando se aproveita.
Dona Flor e Seus Dois Maridos
Um dos romances mais populares de Jorge Amado, com a primeira edição em 1966, “Dona Flor e Seus Dois Maridos” conta como foram os dois casamentos da bela Florípedes Paiva, a Flor.
Vadinho, o primeiro marido, adora a vida boêmia, tem compulsão sexual e a realiza com várias mulheres. Em um domingo de Carnaval, depois de tanto sexo, cachaça e samba, ele tem um infarto fulminante. Apesar dos sete anos de traição, Flor sente muito a perda.
Decidida a não se importar mais com homens, passa um ano com a mente ocupada em aulas de culinária. Até que conhece seu segundo marido, o farmacêutico Teodoro Madureira que, bem ao contrário de Vadinho, é recatado e péssimo na cama. O que mantém o casamento é a educação e o respeito com que Flor é tratada por Teodoro.
Pouco depois de completar um ano do segundo casamento, Flor se assusta ao ver o fantasma de Vadinho em seu quarto. Na cama e nu, sorri e convida Flor para se deitar com ele. Em outra aparição, sentado no topo de um armário, observa uma relação do casal de vivos, dando gargalhadas pelo desempenho de Teodoro.
Flor não resiste às provocações de Vadinho, o amante morto que só ela vê, e começa o trisal. Teodoro, o marido vivo, nunca saberá que é corno. Em 1976, “Dona Flor e Seus Dois Maridos” virou um grande sucesso do cinema nacional.
Outras obras do autor
Romance: “O País do Carnaval”, “Seara Vermelha”, “O cavaleiro da esperança”.
Poesia: “A estrada do mar”.
Peça teatral: “O amor do soldado”.
Literatura infantojuvenil: “O gato malhado e a andorinha Sinhá”, “A bola e o goleiro”.
6. Rubem Braga
Nascido em 1913, Rubem Braga dedicou sua obra somente às crônicas. Por influência do pai, dono de jornal, começou no jornalismo aos 15 anos atuando como repórter e escritor de crônicas.
Formou-se advogado pela Faculdade de Direito de Belo Horizonte em 1932, mas continuou trabalhando somente como jornalista e, nesse mesmo ano, foi preso enquanto fazia a cobertura da Revolução Constitucionalista, que queria separar São Paulo do restante do Brasil. Em 1936, lançou seu primeiro livro, “O Conde e o Passarinho”, e foi à Itália em 1944, para fazer a cobertura jornalística da participação do exército brasileiro na Segunda Guerra Mundial.
Os anos 60 foram outro período marcante na vida de Rubem Braga: embaixador do Brasil no Marrocos, de 1961 até 1963, e o ápice da carreira literária, com “Ai de Ti Copacabana” (1960) e “A Traição das Elegantes” (1967). Voltando ao Brasil em 1969, fundou uma editora pela qual publicou “Recado de Primavera” em 1984 e “As Boas Coisas da Vida”, em 1988. Faleceu em 1990, deixando um legado de mais de 15 mil crônicas publicadas.
O estilo de Rubem Braga contém romantismo, melancolia, extremo bom humor e certa dose de militância política de esquerda, pela maneira como seus textos retratam a desigualdade social brasileira. Os principais temas abordados são as lembranças de infância e adolescência em Cachoeiro do Itapemirim, no interior do Espírito Santo, a luta contra o governo de Getúlio Vargas, a vida nas grandes cidades e as conversas banais do dia a dia. Clique nas opções abaixo e leia a sinopse de cada livro.
Dois Pinheiros e o Mar e outras crônicas sobre meio ambiente
Coletânea de 21 crônicas publicadas em jornais e revistas entre 1948 e 1969, “Dois Pinheiros e o Mar” apresenta o lado ativista de Jorge Amado, em defesa da fauna e da flora, utilizando sutilmente a ironia para criticar a bestialidade humana ao poluir a natureza.
Crônicas para Jovens
“Crônicas para Jovens” reúne 30 crônicas agrupadas em cinco subtítulos: “Amor… Ou quase”; “Parece que foi hoje!”; “Confidências, quase confissões”; “De plantas e bichos e Em qualquer lugar”.
O olhar atento e sensível de Rubem Braga declara sua paixão pela natureza, expõe suas opiniões sobre política, as incompatibilidades amorosas, o valor da amizade, a correria das grandes metrópoles e a desigualdade social.
Outras obras do autor
Crônicas: “Crônicas do Espírito Santo”, “As Boas Coisas da Vida”, “O Verão e as Mulheres”.
Adaptações: “O Livro de Ouro dos Contos Russos”, “Coleção Reencontro: Os Lusíadas”.
7. Graciliano Ramos
Alagoano, nascido em 1892, filho de família de classe média residente no sertão nordestino, primogênito de dezesseis. Mudou-se com a família para algumas cidades do interior até chegar à capital Maceió, onde terminou o segundo grau. Logo após mudou-se para o Rio de Janeiro e iniciou sua carreira no jornalismo.
Entristecido pela morte, por peste bubônica, de dois irmãos e um sobrinho, voltou para o Nordeste em 1915, foi morar com o pai e casou-se. Teve quatro filhos e ficou viúvo em 1920.
Eleito prefeito da cidade de Palmeira dos Índios em 1927, permaneceu no cargo por dois anos até renunciar em 1930. Mudou-se novamente para Maceió em 1931, começou a trabalhar como diretor da Imprensa Oficial e foi diretor e professor da Instrução Pública do Alagoas.
Publicou seu primeiro livro em 1933, “Caetés”. Depois de publicar o segundo, “São Bernardo”, em 1934, foi acusado e preso por associação ao comunismo (tal período na cadeia foi contado em “Memórias do Cárcere”, com primeira edição em 1953).
Considerada por muitos críticos a sua melhor obra, Graciliano Ramos publicou “Angústia”, em 1936. Em 1937 ganhou a liberdade da cadeia e, em 1938, publicou o “Vidas Secas”, um dos 10 romances brasileiros que marcaram época.
Voltou a morar no Rio de Janeiro em 1939 e virou inspetor de ensino. Integrante do partido comunista brasileiro em 1945, foi eleito presidente da Academia Brasileira de Escritores em 1951 e, em 1952, iniciou sua jornada para vivenciar o socialismo dos países do leste europeu. Tais experiências pessoais foram publicadas originalmente em 1955, no livro “Viagem”, dois anos após o falecimento de Graciliano Ramos. Clique nas opções abaixo e leia a sinopse de cada livro.
Memórias do Cárcere
Romance escrito em quatro volumes, “Memórias do Cárcere” não possui capítulo final porque Graciliano Ramos morreu antes de concluí-lo. Além de contar suas experiências enquanto preso político, ele faz uma crítica a todo tipo de ditadura.
A narrativa é repleta de amargura e traz reflexões sobre as mazelas da natureza humana e a morte. É um livro que expõe toda a revolta do autor com o tratamento desumano pelo qual ele e os demais detentos sofriam.
Angústia
“Angústia” conta a história de Luís Silva, protagonista e narrador em primeira pessoa, um solteirão de 35 anos que vive descontente com a vida que leva trabalhando como funcionário público e de um jornal de nível medíocre. Por sorte, começa a namorar sua vizinha, Marina.
Luís tem problemas existencialistas, sua mente confunde fatos do passado e do presente, misturados a um ódio profundo do capitalismo opressor. Julião Tavares, moço rico, elegante e galanteador usa o dinheiro para conquistar as mulheres. Marina cai em sua lábia e passa a desprezar João. Assim como as demais conquistas de Julião, ela acaba levando um pé na bunda.
É um livro em que Graciliano Ramos critica a desigualdade social por meio de muitas comparações e simbologias.
Outras obras do autor
Romances: “São Bernardo”; “Brandão Entre o Mar e o Amor”.
Contos: “Histórias Incompletas”; “Dois Dedos”.
Crônicas: “Viagem”; “Linhas Tortas”.
8. Guimarães Rosa
Nascido em Minas Gerais, em 1908, filho de comerciante, foi escritor, médico e diplomata. Aproveitando a linguagem inovadora do gênero literário Modernismo, Guimarães Rosa condensou palavras existentes na língua portuguesa e criou um vocabulário específico para retratar o sertão nordestino (ambiente da maioria de seus livros).
Em 1918, para dar continuidade aos estudos, mudou-se do interior de Minas Gerais para a casa da avó em Belo Horizonte, onde concluiu o ensino médio e, em 1925, com apenas 16 anos, matriculou-se na faculdade de Medicina. Formou-se em 1930 e casou-se com Lígia Cabral Pena, de apenas 16 anos.
Foi médico em algumas cidades do interior mineiro até 1932 quando, desapontado pelos recursos limitados, abandonou a carreira e dedicou-se somente a sua grande paixão: escrever. Muito inteligente, Guimarães Rosa falava nove idiomas fluentemente e, em 1934, foi aprovado em segundo lugar no concurso público para diplomata. Trabalhou em embaixadas brasileiras na Europa e América Latina.
Voltou ao Brasil em 1951 e ocupou cargos em Brasília, em diferentes ministérios. Em 1946, ganhou destaque no mercado literário nacional com a publicação do livro de contos “Sagarana”. Dez anos depois publicou a novela “Corpo de Baile”, dividida em dois volumes num total de 822 páginas, e “Grandes Sertões: Veredas”, um dos 10 livros brasileiros de romance que marcaram época.
Em 1963, foi eleito por unanimidade membro da Academia Brasileira de Letras, assumindo a cadeira em 1967. Em seu discurso de posse disse que o ser humano morre para provar que viveu e três dias depois, faleceu no Rio de Janeiro. Clique nas opções abaixo e leia a sinopse de cada livro.
Corpo de Baile
“Corpo de Baile” é um conjunto de sete novelas, divididas em dois volumes, cujo elo é a sexualidade, que, mostrada como destruidora de formalidades e preconceitos, se torna o meio pelo qual as personagens encontram a si mesmas.
“Campo Geral”, o texto de abertura, tem como protagonista Miguilim, um homem sentimental e míope, que descobre o mundo ao usar óculos pela primeira vez com um olhar tão puro que faz o leitor lembrar-se da infância.
Manuelzão, o protagonista de “Uma estória de amor” é o homem de confiança de um grande fazendeiro. Depois de construir uma pequena capela nas terras do patrão, ele resolve se aposentar no dia seguinte, reunindo o povo da cidade em uma missa seguida de uma festa. Durante a comemoração da aposentadoria, ele reflete sobre sua vida e, poucos dias após a festa, fica com a saúde debilitada e teme voltar à miséria em que vivia antes de trabalhar na fazenda. Enquanto Miguilim descobria o mundo, Manuelzão tenta redescobrir o sabor da vida.
Na “Estória de Lélio e Lina”, Lélio é um jovem vaqueiro que tem um caso com Jiní, esposa de Tomé, mas descobre o verdadeiro amor ao conhecer a idosa Dona Rosalina.
O belo sertanejo Pedro Osório, protagonista de “O Recado do Morro”, sofre uma tentativa de assassinato enquanto guia um estrangeiro, um padre e um fazendeiro durante a travessia das serras de Minas Gerais.
O protagonista de “Dão-Lalão” é o jagunço Soropita, assassino de muita gente a mando dos coronéis. Ele se apaixona pela sensualidade da prostituta Doralda, ela abandona a prostituição, os dois se casam. A despeito de formarem um casal feliz, Soropita se sente ressentido com o passado da esposa ao virar alvo de comentários maldosos dos amigos do casal.
Em “Cara de Bronze”, o patrão do protagonista Grivo lhe envia para uma viagem secreta e os moradores da cidade ficam curiosos para saber o motivo.
A sétima novela, “Buriti”, tem uma narrativa longa e altera períodos narrados em primeira pessoa com períodos em terceira. Começa sob a perspectiva do protagonista Miguel e depois passa para o olhar de sua nora, Lalinha.
Primeiras Estórias
“Primeiras Estórias” é o livro ideal para quem lê Guimarães Rosa pela primeira vez. Relembrando as definições, história é ligada a fatos históricos e estória diz respeito a acontecimentos fictícios. Por sua vez, o adjetivo “Primeiras” foi usado no título porque foi a primeira vez que o autor escreveu contos.
São 21 contos, ambientados no campo, com protagonistas que narram “causos” do sertão nordestino. Até as coisas mais banais são transmitidas com a magia e a beleza da imaginação do autor.
Outras obras do autor
Novelas: “Campo geral”, “Manuelzão e Miguilim”.
Contos: “Estas estórias”, “Com o vaqueiro Mariano”, “O Burrinho Pedrês”.
9. Luís Fernando Veríssimo
Gaúcho de Porto Alegre, nascido em 1936, é escritor (célebre pelas suas crônicas de humor), dramaturgo, romancista, músico, cartunista, tradutor e humorista.
O talento para a escrita veio de berço, herança do pai Érico Veríssimo. Em 1941, mudou-se com a família para os Estados Unidos e lá cursou o primeiro e o segundo grau do ensino médio, começou a gostar de jazz e teve aulas de saxofone.
Voltou à cidade natal em 1956, ano em que trabalhou como cartunista na Editora Globo. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1960 e trabalhou como tradutor e redator publicitário; casou-se em 1963 – é pai de três filhos –; voltou a Porto Alegre em 1967 e foi colunista do jornal Zero Hora.
Publicou seu primeiro livro, “O Popular – Crônicas, ou coisa parecida” em 1973 e daí para frente publicou “A Grande Mulher Nua” em 1975 e “Ed Mort e Outras Histórias” em 1979.
Morou com a família em Nova Iorque durante seis meses de 1980; em 1981 publicou o famoso “O Analista de Bagé” e, de 1982 a 1989, manteve uma página de crônicas na revista Veja.
Em 1986, mudou-se para Roma com a missão de cobrir a Copa do Mundo de 1990, repetindo a função de repórter de diferentes jornais e da revista Playboy em outras cinco edições da competição.
Seu primeiro romance, “O Jardim do Diabo” é de 1988. Em 1991, escreveu um livro de crônicas para crianças e, em 1994, publicou “Comédias da Vida Privada”, coletânea de contos humorísticos que virou um especial e série de 21 episódios na TV Globo.
Em 1995, foi eleito o “Homem do Ano” pelo Jornal do Brasil e passou a explorar a música, novamente como saxofonista de um grupo de jazz. A partir da publicação de “Gula – O Clube dos Anjos”, em 1998, escreveu diversas novelas e romances.
Em 2003, foi o escritor que mais vendeu livros no Brasil. Hoje, aos 87 anos, continua escrevendo suas maravilhosas crônicas continuando como colunista de diversos jornais. Clique nas opções abaixo e leia a sinopse de cada livro.
Orgias
Por um lado, o autocontrole inibe os desejos sexuais mais ardentes do ser humano. Por sua vez, a orgia é a libertação extrema, o culto ao excesso, a euforia sem limites. Quem nunca despirocou ao menos uma vez na vida? De acordo com Luís Fernando Veríssimo, existem orgias e orgias.
No livro “Orgias”, as festas de réveillon revelam a libertinagem das personagens, no entanto, com moderação.
Comédias Brasileiras de Verão
Outro livro de crônicas, publicado pela primeira vez em 2009, “Comédias Brasileiras de Verão” traz o ponto de vista de Luís Fernando Veríssimo sobre a classe média, analisando suas ambiguidades e fraquezas.
Outras obras do autor
Crônicas e contos: “O Suicida e o Computador”, “A Mancha”, “Diálogos Impossíveis”.
Novelas e romances: “Traçando Paris”, “Traçando Roma”, “Traçando Madrid”.
10. Paulo Coelho
Carioca nascido em 1947, Paulo Coelho é o autor de língua portuguesa mais traduzido do mundo. Romances, ficção, investigação policial, misticismo e autoajuda, é um autor de sucesso inegável.
A paixão pela escrita é desde criança, quando manteve um diário, participou de concursos de poesia e teve as primeiras aulas de teatro. Foi um adolescente pressionado pelo pai para seguir a carreira de engenheiro e a mãe achava que ele não teria futuro como escritor. Revoltado, as crises de depressão e raiva eram constantes e levaram os pais a interná-lo em uma clínica de repouso com acompanhamento psicológico, três vezes entre 1965 e 1967. O teatro foi um importante auxílio a terapia, pois Paulo Coelho atuou e dirigiu algumas peças. Foi aprovado em uma faculdade de Direito, porém, abandonou o curso.
No começo dos anos 70, virou hippie e parceiro de Raul Seixas ao compor grandes hits como “Gita”, “Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás”, e “Al Capone”. Por muitas vezes, a inspiração para as letras vinha das drogas e de muita bebida alcoólica.
Em paralelo a música, Paulo Coelho trabalhou na redação do jornal O Globo. Homossexual assumido, envolveu-se com o líder da ordem religiosa que seguia na época. Voltou a compor letras para Elis Regina, Rita Lee e outros intérpretes.
Seu primeiro livro, “Arquivos do Inferno”, de 1982, teve repercussão abaixo das expectativas. O sucesso na literatura veio em 1987, com a publicação de “O Diário de um Mago”, livro em que o autor foi influenciado por sua vivência ao percorrer O Caminho de Santiago, em 1986.
“O Alquimista”, com a primeira edição em 1988, continua batendo recordes de venda mundo afora. A sequência de lançamentos a partir da década de 90 é arrebatadora, “Brida”, em 1990, “As Valkírias”, em1992, “Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei”, em 1994, entre outras obras.
Com livros várias vezes adaptados ao cinema, teatro e TV, Paulo Coelho passou a integrar a Academia Brasileira de Letras em 2002. Clique nas opções abaixo e leia a sinopse de cada livro.
O Alquimista
Outro best-seller mundial, O Alquimista conta a história, repleta de simplicidade e sabedoria, de Santiago, um jovem pastor de ovelhas espanhol.
Depois de um sonho enigmático, o protagonista consulta a cigana Romani, que tem a visão de um tesouro enterrado próximo as pirâmides do Egito. Antes de partir de Andaluzia, Melquiesde, o velho rei de Salém, pede a Santiago que ele aceite duas pedras preciosas em troca das ovelhas. O dinheiro da venda das pedras viabiliza a viagem ao Egito.
No início da travessia do deserto do Saara, Santiago conhece um inglês cujo desejo era se tornar um alquimista e, por isso, estava em busca de um professor egípcio de Alquimia, que vivia no deserto. Pouco adiante, a bela árabe Fátima desperta o fogo da paixão em nosso herói e ele a pede em casamento. Ela aceita com uma condição: casar quando ele voltasse com o tesouro. Por causa de tal interesse, Santiago conclui que o amor verdadeiro é aquele sem segundas intenções.
A empreitada continua até o oásis onde morava o tal professor de Alquimia. Ao bater o olho em Santiago, ele o reconhece como o discípulo que há muito tempo esperava, com duas relíquias: o Elixir da Longa Vida, um remédio para curar todas as doenças, e a Pedra Filosofal, uma substância para transformar metais comuns em ouro.
“O Alquimista” é uma fábula que incentiva os leitores a ouvir a voz do coração, interpretar os sinais que aparecem ao longo da vida e, principalmente, transformar sonhos em realidade.
Veronika decide morrer
Lançado em 1998, “Veronika decide morrer” conta a história de Veronika, uma jovem eslovena que, aos 24 anos, considera sua vida sem propósito e decide cometer suicídio. Não sofria de depressão, mas achava que a vida continuaria sem graça, ainda mais na velhice. Outra razão para se matar era a impotência diante das mazelas do mundo.
Na intenção de morrer bela e dormindo, a protagonista se maquia, toma quatro comprimidos de uma vez e se deita na cama esperando a morte chegar. Mas o que vem é um sono profundo com despertar internada em uma clínica psiquiátrica sob os cuidados do Dr. Igor, que lhe dá uma má notícia: os comprimidos causaram danos irreversíveis ao coração e resta a ela apenas uma semana de vida.
Veronika faz amizade com outros pacientes da clínica, com quadros piores que o dela. Seu medo oscilava entre arriscar ser diferente e ficar igual a eles, mas a convivência muda sua visão de mundo. “Veronika decide morrer” é um livro inspirado na própria experiência do autor, ao longo das internações em clínicas para se livrar das drogas.
Outras obras do autor
Romance: “A bruxa de Portobello”, “O Monte Cinco”; “Onze minutos”.
Ficção: “O demônio e a Srta. Prym”.
Policial: “O vencedor está só”.
Misticismo e filosofia: “Brida”.